quarta-feira, outubro 10, 2012

Ainda o século 20

Ainda continuo no hábito de procurar leituras de blogs de conteúdo diversos, muitos deles regulares e de leitura corrida do cotidiano sobre muitas coisas. Um grupo seleto desses blogs seria caracterizado como duvidoso pelas pessoas em geral ou talvez porque a maioria das pessoas não tem estômago para acompanha-los; falam da morte e das atrocidades que trazem a morte até as pessoas. Talvez por termos sido criados no embasamento cristão que concede apenas à Deus o direto de vida ou morte sobre as pessoas, e que a ojeriza pela morte seja algo obrigatório a todos nós ocidentais. Apenas não vejo isso. Como observador vejo as consequências de atos mal pensados e em alguns casos, vejo como o homem caminha em sentidos tão díspares quanto se é possível imaginar, desde a violência gratuita religiosa, sem opções de qualquer chance de misericórdia, homens que se vingam de outras pessoas de maneira brutal, de vinganças em que corpos são destroçados, acidentes de trânsito, até a suicidas que simplesmente desistem de suas vidas e saltam de prédios ou se jogam nas linhas do metrô driblando todo o esquema de segurança mesmo em países orientais , saciando a curiosidade de outros em saber o que acontece com o corpo humano quando submetido a impactos desse porte, ou talvez mesmo pela simples curiosidade mórbida de ver sangue... mas falemos de suavidades.
Suicídio assistido ainda é tão controverso e tão pouco aceito pelas sociedades. Pessoas que chegam ao fim da linha já sabedoras de que não tem retorno de suas condições, decidem interromper seu próprio sofrimento e principalmente o sofrimento futuro sem nenhuma dignidade. Assim como muitos ainda acreditam na vida após a morte através da criogenia, muitos decidem abreviar seu sofrimento e buscam apoio em grupos que ganham dinheiro promovendo essa partida suave com acompanhamento profissional. Não defendo a morte e a partida antes do tempo regulamentar, mas defendo o direito de escolha que cada pessoa tem. Como espiritualista, acho que cada um tem seu preço a pagar lá depois, assim como também as suas consequências de seus atos.
No video a seguir, uma mulher com a assistência de uma clínica suíça (por que sempre na Suíça?), portadora de uma síndrome degenerativa óssea, toma seu drink de morte e come chocolates para disfarçar o amargor da bebida, antes de adormecer serenamente enquanto o vídeo é encerrado. Sem traumas, sangue ou secreções, apenas a partida típica européia, fria e sem emoção. Obviamente tudo é gravado de modo a assegurar para os profissionais em questão, que a cliente estava lúcida, conhecedora de suas ações e principalmente, cônscia do que fazia naquele instante.
Bom para refletir.








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