terça-feira, novembro 27, 2012

No ônibus

Com a separação, lá se foi o carro que me ajudava muito. Entrei na economia agressiva e pra visitar a família ando encarando os ônibus interestaduais. Por mais  que eu deteste rever certos locais e certas cenas, tem sempre algo inesperado acontecendo ao redor.
Ônibus parou numa cidadezinha detestável. Depois que desceu e saiu gente, o moço entrou naquele passo de quem já tomou algumas cervejas, procurando o número da poltrona. Parou em determinado lugar e ao invés de sentar sacou do bolso uma daquelas cartelas de chiclete que ele olhava enquanto manuseava fazendo ruído e talvez pensando qual tablete ele pegaria.
Mirou , escolheu, apertou com vontade e a cartela fez "plec" liberando a pastilha que voou e parou na cabeça da moça ao lado. Ela pegou e olhando com cara feia entregou ao moço que gostosamente colocou na boca como se fosse um manjar erótico. A moça enrubesceu e afundou na poltrona, enquanto o cidadão sentou e adormeceu quase imediatamente com o chiclete cabeludo na boca.
Bem que eu queria estar dormindo nessas horas...

quarta-feira, novembro 21, 2012

Elaborando o luto

Havia uma relação longa na minha vida, já beirando os 13 anos de convivência mútua. Nem sempre tudo foi flores, mas infelizmente nos últimos tempos a coisa se agravou e tudo ficou ainda mais dificil, culminando com a separação definitiva. Não tão pacífica, mas definitiva.
Por mais que momentos assim sejam programados e esperados, todo o maremoto emocional no qual voce é inserido causa uma grande devastação no seu interior, afinal tanto tempo de convivência, quando  você vê toda a sua programação inicial sendo substituída por uma nova realidade onde voce não tem nenhum ponto de apoio, e voce não conhece mais nenhum passo do caminho novo. Trilhar um caminho novo é sem dúvida a maior dificuldade, e isso inclui desde pequenas coisas como a mudança dos hábitos até mesmo as maiores que é o planejamento de uma casa.
Quando não há o que ser feito e você deixa simplesmente que o tempo agir, já é o seu recomeço, pois até mesmo um pontapé te empurra para a frente. Segundo o meu terapeuta, a gente elabora o luto que era uma teoria até então e passa a vivê-lo pelo menor tempo possível, para que realmente ocorra o encerramento da fase. Passar por ele é bom, permanecer por tempo demais, não é saudável.
Já elaborei meu luto; já fiz o balanço de tanto tempo e de tantas lembranças. Já guardei o que é de bom e já deixei o passado ruim arquivado na última gaveta porque simplesmente esquecer os erros não gera aprendizado.
Pior parte até agora? A casa vazia. Pra quem nunca viveu realmente sozinho na vida inteira isso sim é o grande desafio a ser encarado. Estar longe da família e amigos numa cidade distante e passar por isso é uma tarefa pesada. Manter-se ocupado no trabalho e nas atividades da casa das primeiras horas da noite é fácil, mas toda noite tem aquele momento em que você apaga as luzes e fica realmente sozinho no escuro num apartamento vazio.
Luto elaborado, fase encerrada. Tudo pronto pro que há de bom que tá chegando trazendo tudo o que há de bom exatamente o que eu queria. Melhor que isso, impossível.
Bora pra frente ser muito feliz porque a gente merece, certo?






quinta-feira, novembro 01, 2012

Joga pro universo

Muita gente fala pra jogar seus desejos e planos pro Universo, que aquilo que for realmente de seu merecimento, se concretiza.
Parece um papo bem bacana de auto ajuda mas tenho minhas dúvidas a este respeito: quem joga pro Universo fica isento de se esforçar  na realização daquilo que deseja? Não seria muito passivo simplesmente aguardar que tudo venha ao  seu encontro?
Por via das dúvidas mando pro universo também mas acho conveniente correr atrás do atraso. Ando vendo que meu grande karma da vida é  ter doses cavalares de paciência e muito, muito esforço.
Beijo pro Universo, seu fanfarrao!