Domingo de sol quente, estávamos na rodovia retornando pra casa e ao passar e frente ao novo crematório acabamos descambando nosso assunto sobre ser cremado e sobre o impacto ambiental de uma prática não natural que libera gases demais na atmosfera... Eu ja estava no meio do meu discurso sobre a graça de ter as cinzas atiradas no oceano ou então num campo de flores em Holambra (bah!) quando meu interlocutor me interrompeu e disse que queria muito ser cremado. Fiquei estarrecido, pois o interlocutor é tradicional até o fundo da alma, e essa alternativa me deixou curioso... nao pude segurar minha curiosidade e perguntei porque. " Porque tenho medo de acordar enterrado...pelo menos sendo cremado, é mais rápido". Achei curioso uma resposta tão franca de um medo tão interno... Por mais que eu explicasse sobre a improbabilidade disso, nao foi possível remover a idéia.. enfim.. cada um tem seus temores.
Mal chegando em casa, banho e roupas trocadas, partimos pra Pool Party de um amigo aniversariante e esperada ansiosamente por alguns colegas da academia. Gente conhecida, gente desconhecida, musica alta, sol batendo, cerveja chegando o clima animou. A noite chegou e junto com ela a certeza triste de tanta gente que precisa de químicos pra se sentir mais feliz ainda, com os quais tive de ser grosseiro diversas vezes.
Depois de outras tantas latas de cerveja, muito riso, muito filme queimado e contatos interessantes que sairam do virtual pro real, encarar a rodovia de novo foi bom, como um abraço final de despedida de um domingo feliz encerrando a noite rumo da casa. A ressaca veio logo depois do apagão na cama, nada que a reposição de líquidos e uma aspirina nao ajudasse o suficiente pra encerrar o fim de semana num entrelaçamento de vontades pra desabafar em sono profundo uma vez mais, dessa vez corpos, espíritos unificados e saciados.
A semana promete.