quinta-feira, janeiro 31, 2008


The Dream Academy - Life in a Northern Town

Albergue 2

Pois é, de vez em quando me ponho a tentar digerir certos conteúdos de cinema e fico surpreso quanto se pode chegar no aspecto do mau gosto visual.... Albergue 2 é um desses acidentes que fico depois pensando porque perdi mais de uma hora assistindo....Nem o VH1 me salvou desta vez.
Tensão a frente... familia se organizando pra uma festa de arromba de meu aniversário. Fato inédito e inesperado, o que começou como uma idéia de fazer um churrasquinho e "assar umas carnes" já está virando evento social de larga escala no interior paulista com direito e uma tarde de domingo espichados ao sol a beira da piscina.. coisa básica... sobrinhada dentro dágua espirrando água na vó, cunhados ao lado da churrasqueira e os parentes falando com os parentes dos parentes. Medo!

terça-feira, janeiro 29, 2008

Tudo tem seu preço



Costumo fazer muitos favores e gentilezas para as pessoas ao meu redor, e quando elas dizem obrigado, retruco com uma brincadeira clássica minha dizendo: "obrigado nada, tudo tem seu preço". Todos riem, o comentário abre margem para pensamentos picantes, mas que ficam implícitom.. justamente aí a graça da brincadeira.. apenas o que está implícito.

Nesta semana eu e Paulo estivemos numa conversa mais aprofundada a respeito de relações humanas e as suas consequências, quando eu disse isso a ele, que tudo tem seu preço na nossa vida. Toda decisão que tomamos implica em preços a serem pagos e outros a serem cobrados; toda relação com pessoas, sejam de amizade, afetiva ou sexual, tambem tem um preço a ser pago e uma moeda de troca. Toda relação com teu melhor amigo, nada mais é do que uma troca, e que enquanto esta balança esteja estável, a amizade prevalece. Não é seu jeitinho meigo de ser que mantem uma amizade, mas sim favores subjetivos e trocas que ocorrem sem que vc perceba.

Determinado momento de nossa conversa, lancei ao Paulo essa pergunta: O que era que ele buscava na outra pessoa e o que a outra pessoa buscava nele? Não pedi resposta, apenas esclareci o caminho para que certas imagens pudessem ser melhor delineadas na cabeça dele, e que houvesse um pensamento mais elucidado.... nesse momento que fiz a pergunta, percebi um grande ponto de interrogação que se formou na cara dele. Será que é tão dificil assim reduzir nossas relações para algo mais real e menos poético? Trazer para a luz da razão esses sentimentos, faz com que vejamos com uma clareza dura a respeito da vida e seus acontecimentos. Parece que estamos sendo adestrados a pensar com muito romantismo alguns pontos de nossas vidas, como se a visão do universo real pudesse nos machucar.... Acorda Neo, é hora da pílula vermelha...chega de mamão com açúcar.

O pior é descobrir que nem sempre estamos prontos também para obter respostas de perguntas analíticas como essa, e pior ainda, quando obtemos respostas, nem sempre sabemos lidar com elas... o que praticamente nos reduz a condição de deficientes funcionais, pois temos a informação, e nao sabemos o que

fazer com ela.

Qual é seu preço?

segunda-feira, janeiro 28, 2008

Períodos de reflexão, o texto a seguir chegou de surpresa. Achei muito apropriado num momento especial, espero que sirva da mesma maneira para outros.

Casamentos, Frescobol e Tênis



Casamentos, Frescobol e Tênis
( Rubem Alves )

Depois de muito meditar sobre o assunto, concluí que os casamentos (relacionamentos) são de dois tipos: há os casamentos do tipo tênis e há os casamentos do tipo frescobol.
Os casamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam sempre mal.
Os casamentos do tipo frescobol são uma fonte de alegria e têm a chance de ter vida longa.

Explico-me.
Para começar, uma afirmação de Nietzsche, com a qual concordo inteiramente. Dizia ele: "Ao pensar sobre a possibilidade do casamento cada um deveria se fazer a seguinte pergunta: 'Você crê que seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa até
sua velhice?' Tudo o mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar."

Xerazade sabia disso. Sabia que os casamentos baseados nos prazeres da cama são sempre decapitados pela manhã, terminam em separação, pois os prazeres do sexo se esgotam rapidamente, terminam na morte, como no filme O Império dos Sentidos.
Por isso, quando o sexo já estava morto na cama, e o amor não mais se podia dizer através dele, ela o ressuscitava pela magia da palavra: começava uma longa conversa sem fim, que deveria durar mil e uma noites.
O sultão se calava e escutava as suas palavras como se fossem música.

A música dos sons ou da palavra - é a sexualidade sob a forma a eternidade: é o amor que ressuscita sempre, depois de morrer.
Há os carinhos que se fazem com o corpo e há os carinhos que se fazem com as palavras. E contrariamente ao que pensam os amantes inexperientes, fazer carinho com as palavras não é ficar repetindo o tempo todo: "Eu te amo..." Barthes advertia: "Passada a primeira confissão, 'eu te amo' não quer dizer mais nada."

É na conversa que o nosso verdadeiro corpo se mostra, não em sua nudez anatômica, mas em sua nudez poética. Recordo a
sabedoria de Adélia Prado: "Erótica é a alma".

O tênis é um jogo feroz. O seu objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela no seu erro: o outro foi incapaz de devolver a bola. Joga-se tênis para fazer o outro errar.
O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, e é justamente para aí que ele vai dirigir sua cortada - palavra muito sugestiva, que indica o seu objetivo sádico, que é o de cortar, interromper, derrotar. O prazer do tênis se encontra, portanto, justamente no momento em que o jogo não pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora de jogo. Termina sempre com a alegria de um e a tristeza de outro.

O frescobol se parece muito com o tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom, é preciso que nenhum dos dois perca.
Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la. Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado. Aqui ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra pois o que se deseja é que ninguém erre.
O erro de um, no frescobol, é como ejaculação precoce: um acidente lamentável que não deveria ter acontecido, pois o gostoso mesmo é aquele ir e vir, ir e vir, ir e vir...
E o que errou pede desculpas, e o que provocou o erro se sente culpado.
Mas não tem importância: começa-se de novo este delicioso jogo em que ninguém marca pontos...

A bola: são nossas fantasias, irrealidades, sonhos sob a forma de palavras.
Conversar é ficar batendo sonho prá lá, sonho prá cá...

Mas há casais que jogam com os sonhos como se jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para a cortada.
Tênis é assim: recebe-se o sonho do outro para destruí-lo, arrebentá-lo, como bolha de sabão...
O que se busca é ter razão e o que se ganha é o distanciamento. Aqui, quem ganha sempre perde.

Já no frescobol é diferente: o sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado, pois se sabe que, se é sonho, é coisa delicada, do coração.
O bom ouvinte é aquele que, ao falar, abre espaços para que as bolhas de sabão do outro voem livres.
Bola vai, bola vem - cresce o amor...Ninguém ganha para que os dois ganhem.
E se deseja então que o outro viva sempre, eternamente, para que o jogo nunca tenha fim...

* Rubem Alves é educador, escritor, psicanalista e professor emérito da Unicamp.

quarta-feira, janeiro 23, 2008

Milk maidens



Bárbara a foto

Exposição "Heaven to Hell: Belezas e desastres"

MuBE - Avenida Europa, 218 - Jardins - São Paulo

Entrada franca

segunda-feira, janeiro 21, 2008

A Queda

Tudo na vida um dia cai, inclusive o autor deste blog que se estabacou na rua, deu um mortal na escada e ficou cheio de escoriações....
Cabeça em devaneio, atrasado para o trabalho, o ônibus aponta e acelero o passo. Os pés erram e mal sustentam o corpo que inicia a queda promovida pela força da gravidade, que desce em rota sem ter onde se apoiar e revira no ar num passo trôpego. Seria como um jogo olímpico num efeito de ginasta da evolução do corpo no ar em movimento descendente rumo à escadaria. Câmera lenta, as imagens girando numa sequência estranha alternando entre céu e chão, inspiração forte dos pulmões para o impacto iminente que ocorre na próxima fração de segundo. Cinza, degraus, cinza, degraus, sangue, dor. Dramático.... resultado: uns arranhões e um joelho impactado.. tudo bem, pelo até o próximo

Conselho Expresso

Minuto de Sabedoria

Quando não se pode falar bem de uma determinada pessoa, o melhor mesmo é que não se diga nada, porque a demasiada atenção que dedicamos a observar ou criticar os defeitos alheios deve ser dada aos nossos próprios defeitos, tentando corrigi-los.

sexta-feira, janeiro 18, 2008

Segunda Opção

Férias é bom, mas é bom também porque um dia acaba.. mesmo as coisas mais triviais de nosso dia a dia também precisam ser interrompidas de vez em quando para criar novas oportunidades surjam e novos pensamentos sejam processados.. é, a gente continua envelhecendo, perdendo neurônios, trocando células, criando rugas, branqueando os cabelos, enfim, naquele ciclo inexorável de tocar adiante nossas vidas.

Ultimamente o conceito "segunda opção" tem aparecido na minha existência mundana, só que agora foi mais perceptível do que nunca. Antes eu não percebia, mas quando o fato de repete não tem como não notar, certo?

Tem o amigo que caminha contigo ha muitos anos. Voce recebe todo sábado um telefonema dele dizendo que vai passar na sua casa pra botar a conversa em dia, mas ele chega depois das 2 da manhã, depois de ter feito muita coisa legal, e vc é a passagem derradeira para se cumprir a promessa antes de ir dormir... Vc lá todo arrumadinho esperando o amigo pra dar um passeio divertido, e a noite se encerra numa conversa sonolenta.

Tem a empresa que fez o processo seletivo em que voce ficou entre os dois classificados, mas foi preterido. Quatro semanas depois a mesma empresa faz contato dizendo que o classificado não deu conta do recado e que voce era realmente o mais indicado. Mandei uma desculpa bem educada dizendo que desta vez era eu quem declinava, afinal de contas o salário não era melhor (bom poder fazer isso nos dias atuais), mas que nas entrelinhas eu sugeria que se ferrassem, pois sei que terão um bom problema nessa substituição..... lembrei tambem que no email em que fui declinado, meu nome foi trocado... troquei de idéia uai.

Tem as novas ideias e acontecimentos, que me poe a pensar, e que sou trocado pela ideia nova, ficando em segundo plano com a TV... trocado pela internet soa como algo meio irônico, de teor televisivo, mas gente boa, isso acontece no mundo moderno.

Será que entrei na fase do "ser desprezível" e ninguém ainda me avisou? Pô moçada, alguém aí dá um toque firmeza né? Tipo assim, avisa que tem alface enroscado no dente, certo?

Segundão é foda...bola pra frente. Neste mundo cão, não tem lugar para segunda opção... meu ego inflado não permite. Não cheguei a este grau da evolução, ainda...



quinta-feira, janeiro 10, 2008

Recomeço

Depois de alguns dias de férias, é bom voltar a rotina anterior de postagens... Vamos recomeçar?
Últimos dias do ano não são normalmente bons de serem avaliados... vc fica numa paranóia da expectativa das festas, do que fazer, onde ir, o que vestir entre milhares de outros detalhes que nos deixam cansados. Minhas festas foram boas, calmas e tranquilas... nada anormal, nada de aventuras, dormida cedo, mini férias... depois fico me perguntando se essa calmaria é realmente aquilo que eu mais gostaria... e fiquei na dúvida. De qualquer maneira bom é ter a certeza do recomeço para que talvez na próxima vez, as coisas possam ser feitas diferentes.