quinta-feira, dezembro 07, 2006

RC 2007

Esta reportagem da Folha da data de hoje representa exatamente o que penso a respeito do Show de fim de ano do Roberto Carlos, ou apenas RC. Uma grande coisa sem graça, sem valor, sem ao menos ser interessante. Talvez divirta-se mais quem vai pessoalmente a um negocio desses. Deve ser hilário observar com cinismo os acontecimentos como este reporter descreveu com brilhantismo e bom humor. Marisa Monte que não sabia em qual pé se firmar foi ótimo. Acho que vou até assistir o show na TV pra observar estes detalhes.
 
 
Roberto convida famosos para show - Folha de Sao Paulo em 07/12/06

Especial reúne celebridades na platéia; Wanderléa e Marisa Monte cantam

Gravação do programa do Rei contou com a presença de Sônia Braga, José de Abreu, Fernanda Lima, Daniel Filho e Marcos Frota


PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL

O rabo-de-cavalo superpuxado pra trás de Sônia Braga produz em seu rosto o efeito do revolucionário "years away" - fio imperceptível que vai de uma têmpora à outra do usuário, estica a pele do rosto e promete remoçá-lo 20 anos em cinco minutos.
"Conheço o Roberto desde 16 anos de idade, eu era amiga da Martinha", disse Sônia, anteontem à noite, no Claro Hall, Rio, antes do início da gravação do especial de fim de ano da TV Globo com Roberto Carlos.
No show, Roberto Carlos começa (atrasado) com "Emoções", recebe convidados, canta 15 músicas intercaladas por textos lidos em um monitor instalado no chão, e termina com "Jesus Cristo".
"Tô pronta para o Réveillon. Só vou desmontar agora em 2007", avisa Sônia Braga, depois de dizer a uma revista todas as grifes que está usando.
Outros bolinhos de repórteres ocupam-se de Dira Paes, Joana Balaguer, Daniel Ávila, José de Abreu, Narjara Tureta e Fernanda Lima. Marcos Frota diz "amo o Roberto" com uma espécie de grasnar acompanhado de contorcionismo facial.
Daniel Filho diz que a maior frustração de sua vida foi descobrir que Papai Noel existia, aos três anos de idade. "Meus pais estavam em uma fase difícil de grana, e me contaram. A gente morava no Méier.."
"Méier aqui no Rio?", pergunta uma repórter.
"Conhece outro? Talvez em Ohio, "The Mayer'", ele debocha, reforçando o sotaque.
Lá dentro, já sentados, estão Benedita da Silva e Antônio Pitanga, ao lado de Claude Amaral Peixoto e Fernando Bicudo: "Conheci o Roberto quando ele tinha acabado um namoro com a [atriz] Maria Gladys e compôs "Quero que Vá Tudo Para o Inferno'", desenterra Pitanga.
Fãs de Ivete Sangalo ligam para os filhos do celular e pedem à cantora, sentada na segunda fila, que lhes dê um "Alô". "Alô, Eduardo? Aqui é Ivete, tudo bem? Muito axé pra você...Hein? Que Ivete?"

Crooners
O show começa com um pout-pourri levado por um trio de crooners -um rapaz de smoking e duas moças de longo preto. O rapaz parece, ao mesmo tempo, com o cantor Wando e o empresário Abílio Diniz.
RC entra, bate palmas para todos, põe a mão no coração e balbucia qualquer coisa. Duas músicas depois, entram Erasmo Carlos e Wanderléa.
"Wandeeeeeecaaaa!", grita Zé de Abreu, o primeiro a se levantar na platéia para bater palmas quando o show começa. Wandeca sopra uma beijoca.
Ela, RC e Erasmo cantam "Amigo", e a produção projeta um vídeo da época da jovem guarda. Wandeca parece mais jovem ao vivo. Os três se reúnem em uma almôndega.
Os convidados vão sendo chamados. Agora é Marisa Monte. Muito maior que Roberto Carlos, ela balança para um lado e para o outro, os braços levantados, sem conseguir decidir se vai apoiar o corpo no pé direito ou no esquerdo.
Canta "Amor I Love You", "Eu Te Amo", abraça RC nervosamente, dá dois pulinhos e sai quase correndo do palco.
Roberto Carlos vai ler o próximo texto no monitor instalado no chão: ao inclinar ligeiramente a cabeça para baixo, seu cabelo permanece duro na nuca, mas sobe no movimento de uma gangorra.
"Aí veio a noite e, com certeza, à noite a gente faz planos...hehehe...planos para o dia seguinte... (com os olhos fechados e a sobrancelha arqueada, ele canta) Amanhã de manhã, vou pediiiiir um café..."
Em seguida, a orquestra manda um intermezzo otimista no estilo "Esporte Espetacular", e Roberto Carlos diz alguma coisa antes da entrada do MC Leozinho. Os dois cantam juntos incansavelmente "Se ela dança, eu danço" (duas vezes); Leozinho chora no meio.

Barraco
Entre o funk e "Cavalgada", rola um barraco na fileira de trás. Uma mulher briga com o marido por causa de outra, que ela chama de "puta véia" e está sentada ao lado dele.
"Marcele, minha filha, você dá muito mole pr'esse homem", diz a mãe da moça, com forte sotaque carioca, enquanto o genro está no toalete. "Deixa ele olhar, você é muito mais do que isso", continua a sogra.
RC fala "da importância das parcerias, e da mais importante das parcerias: no amor": "Vocês sabem de quem eu estou falando, é da Maria Rita".
"Ih, essa música é muito chata", diz o aposentado Sergio Vita, 62. Como a orquestra não está no mesmo compasso, Roberto repete o texto duas vezes.
Falta pouco: Roberto Carlos brinca com a música "É Preciso Saber Viver": "Quem espera que a vida seja feita de ilusão....Tá ferrado, hehehe". "É isso aí!", grita a mãe de Marcele, na fileira de trás.
Para encerrar, texto de Natal e "Jesus Cristo! Jesus Cristo! Jeeeesus Cristo eu estou aqui!"", 27 vezes, até onde a reportagem contou.

Um comentário:

  1. Anônimo12:38 AM

    Oi Markus !
    Adorei seu Orkut e gostei muito das impessões do seu blog ! Vamos consolidar uma comunicação ! Aguardo seu contato !

    Abs,

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