quinta-feira, outubro 05, 2006

For one horrible split second

(por uma horrível fração de segundo)
 
Eu sei que eu deveria ter atualizado o blog nos ultimos dias, mas faltou disposição, e de certa forma andei abalado por alguns motivos que pretendo comentar oportunamente. Cumpri a tabela anual de viagens, estive em Aparecida do Norte fim de semana passada, mas o acidente do Boeing da GOL realmento foi um chute nas minhas amigdalas da criatividade.  Curioso como ouvimos falar sobre dezenas de mortes diárias no conflitos do Oriente Médio e não damos atenção por ser corriqueiro desprezar o sofrimento dos distantes de nós. Entretando  um acidente aéreo das proporções como foi do voo 1907 Manaus-Rio, nos deixa chocados, nos faz buscar noticias e informações que se multiplicam aos borbotões na internet, cada uma das fontes tentando ser a mais completa na exploração da tragédia. Dentre esse batalhão de notícias, hoje acabei chegando até o site do reporter americano Joey Sharkey,  do NY Times que estava no Legacy da Embraer, a caminho de Manaus para o desembaraço aduaneiro e seguir viagem para os Estados Unidos.
No site, o reporter colocou o link para a sua coluna no New York Times, onde ele diz que "colidiu com a morte a 37.000 pés e sobreviveu" e narra os acontecimentos, quando simplesmente durante a viagem agradável, sentiram o baque e quando olharam, faltava um pedacinho da asa. Os pilotos acionaram os procedimentos de emergência, tentaram contato e avistaram uma base militar escondida no meio da floresta amazônica, tudo isso envolto em uma certa tranquilidade. Depois de pousar e entre piadas os americanos foram informados de que haviam colidido e provocado a queda do Boeing 737 e responsáveis indiretos pela morte dos 155 brasileiros. Mais tarde, ele questiona um especialista porque ele, estando muito perto do Boeing, não escutou absolutamente nada além da pancada. O especialista explica que dois jatos na velocidade de cerca de 800 km por hora seguindo direção um ao outro, o ouvido humano não capta, ou no máximo, seria por uma fração de segundo,. Obviamente o repórter já associa este segundo ao tema da reportagem dele..... por uma horrível fração de segundo.... eles sobreviveram e pela mesma fração, 155 pessoas morreram de forma trágica no avião que se despedaçou no ar a 800 km por hora, destroçados e cairam sobre a floresta tropical, pessoas estas que morreram antes mesmo de chegar ao solo devido aos traumas da mecânica do acidente e a altitude. Partes dos copos são encontradas a quase meio metro de profundidade no solo, isso quando são encontradas. Animais silvestres, alta umidade e muito calor também conspiram contra os parentes, que além da dor do acontecimento e da perda, pouco terão para realizar um funeral e assim encerrar suas perdas, finalizando o processo.
Curioso tambem como a todo acidente aéreo no Brasil, todo mundo tem um conhecido que quase embarcou no fatídico voo, ou conhece alguem que tem um parente entre as vítimas. Aqui em Campinas não foi diferente, apesar de realmente haverem vitimas da cidade.
Haja estômago!
 

Um comentário:

  1. É porque o mundo é uma caixinha de fósforos. E se machuca alguém daqui, acaba doendo em mim, também.

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