terça-feira, julho 04, 2006

Alô leitores

Confesso que eu não esperava tanta gente lendo e comentando meu blog. Em especial meu último post deu uma revoada de comentários de gente querendo saber o que tinha acontecido no maremoto de mudanças. Em partes fico feliz pela interação, em outras, fico preocupado pela exposição e pelo avanço de minhas ideias pelo espaço virtual. Como sempre deixei claro na apresentação do blog, escrevo pra aliviar a alma em partes, como uma maneira agradavel de comentar os acontecimentos atuais que me afetam direta ou indiretamente de alguma forma. Sempre prezei pelo tom da comicidade, mas nem sempre isso é possível, então a gente acaba sendo mais formal do que devia originalmente.
Passei cerca de 18 meses desempregado. A maior parte desse tempo foi em processo de depressão, por não querer acreditar no que tinha acontecido comigo. Hoje entendo mais do que nunca a depressão, pois ela chega e se aloja dentro da gente de uma maneira furtiva, discreta, e que demora-se tempo demais até que consigamos entender o que se passa. Voce tem um problema, e simplesmente deixa de pensar nele, buscando o tempo todo maneiras agradáveis de passar os dias, seja através da TV a cabo, longas caminhadas no shopping, internet conhecendo pessoas e batendo papo, mas lá dentro, existe uma tristeza inexplicada que te consome e que te lembra que voce está falhando em alguma coisa. Voce perde a coragem de falar com as pessoas, se torna anti-social, passa a achar agradável ficar sozinho a maior parte do tempo, desenvolve sintomas estranhos (passei a ter intolerância a lactose), entre outras tantas pequenas coisas que sem perceber, se tornam um entrave gigantesco na sua vida. E voce nao faz nada, apenas aceita com uma passividade mortal, que no final do processo, apenas vai te trazer malefícios.
Estou em processo de recolocação no mercado de trabalho novamente. Ontem tive uma confirmação que veio de onde eu menos esperava, depois de tantas negações que tive nesse período, e quando entrei no carro, a frase "tudo vai mudar" veio tão forte na minha mente como um ponto final de um período longo demais, triste demais. Chorei sozinho no carro enquanto tentava dirigir, usar o celular e fumar ao mesmo tempo. As pessoas olhando para este blogueiro nos semáforos fechados e eu fazendo aquela cara de quem está com um arroto-entalado e eu nem me importando, apenas extravasando a tensão de tanto tempo de travamento emocional. No final da noite, eu estava absolutamente dolorido, como se tivesse levado uma surra, apenas mais uma consequência da tensão liberada. Sob a minha costumeira ótica filosófica e cínica, isso soaria muito curioso, mas na verdade, me senti mais nada do que nunca. Não conseguia sentir nada, num anestésico emocional sem precedentes, dirigindo um carro por uma avenida lotada sem conseguir pensar em nada, nem no caminho. Acho que cheguei em casa pelo piloto automático....
Hoje fui perguntado sobre o que eu sentia. Tou ainda sem sentir muita coisa. Talvez esteja sentindo a falta de sentir a felicidade sem limites. Sinto novamente a responsabilidade da cobrança, de gerar lucros, de ser produtivo, de ser interessante e importante. Mas isso é um outro capítulo pra um futuro próximo. Sinto sim.... alívio.
Obrigado a todos pelas manifestações e pelas leituras. O blog vai continuar sim.... Gosto cada dia mais disso aqui.

2 comentários:

  1. Anônimo11:37 PM

    É meu amigo, muitas vezes parece que tudo está perdido e que não temos mais para onde ir. Mas nada como o tempo para resolver tudo... estou torcendo muiiiiiiito para que o seu tempo tenha chegado e que os maus momentos tenham ficado para trás... queria poder estar aí para te fazer companhia... chorar e rir junto... também tenho meus momentos assim... e sei como é... mas NUNCA perca a esperança em você. ACREDITE EM VOCÊ! E tudo, realmente, VAI MUDAR.
    Um grande beijo no seu coração.

    ResponderExcluir
  2. Anônimo5:47 PM

    As dificuldades surgem justamente para nos provar que somos fortes e capazes.
    Fique em paz!
    Abraço, Luís
    (lukagordinho)

    ResponderExcluir